Samaín. Tradição atlântica que celebra o fim e o início da roda do ano celta. Noite das luzes, de lembrar quem se é. Noite dos ancestrais, dos mortos que nos visitam e nos segredam palavras aos ouvidos. Noite de gratidão. Pela vida, por toda a vida. E por isso noite de esperança.
Este é o tempo da Magia, da Terra viva. Tempo regido pelas balanças que as Moiras seguram. Tempo de morrer para voltar à vida. Tempo de vislumbrar os futuros possíveis para, com eles, escolher. Pois este é o tempo que nos dá tempo. Tempo do regresso da Senhora ao subterrâneo. Tempo da Velha soberana do mundo. Aquela que dá reflexo, Aquela que despe até ao osso, Aquela que mostra o caminho. Este é o tempo da Deusa. Porque todo o tempo é Dela.
Neste tempo sagrado, que desde sempre é verdade para mim, partilho um novo episódio no meu canal de Youtube, dedicado à Senhora das Águas, que nos chega também por estes dias, pela chuva. Apareço com um adufe, presente que recebi para resgatar as memórias da minha ancestralidade na Beira, que estou a aprender a sentir e a tocar desde o Verão. Foi feito pelo magnífico artesão e músico Rui Silva. O poema, da minha autoria, é dedicado à Senhora que me viu nascer, a Senhora que rege as águas, as do útero, as da Terra, as minhas. É a minha homenagem aos rios que trago no sangue, às fontes da minha terra, às águas e fluídos das minhas e dos meus ancestrais. É a minha oração. Por mim, por tudo o que sou. E por todos nós.
Que este seja um Samaín de alegria e gratidão. E que saibamos nutrir a luz que trazemos no peito, para que nos guie enquanto atravessamos a escuridão.
Que profunda gratidão!!! que poema mais encantador!! sem palavras mesmo… só mesmo sentindo.
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Lindooooo! Espetacular escritor… Real..verdadeiro mas usando as palavras que soam a música…! Amei.!
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